domingo, 7 de novembro de 2021

Analisando as Sagas de Dragon Ball Super pt. 1 - A Batalha dos Deuses

Eu resolvi começar esse projeto absurdo de resenhar as sagas de Dragon Ball Super, por mais que seja nessa pegada meio “freestyle” já que eu vou resenhar arcos em forma de filme, arcos em forma de anime, arcos em forma de mangá. O importante é que eu vou escolher o melhor das adaptações e falar sobre, ao meu viés. Mesmo que por vezes, eu tenha que comparar mangá x anime x filme e os que não são importantes comparar, eu não irei. Mas vamos lá: 

BATALHA DOS DEUSES, ou COMO O GOKU GANHOU NOVAS CAMADAS (pelo menos por um tempo):



Eu acho que, da franquia Dragon Ball esse é de longe meu filme preferido. Primeiro, porque ele traz à tona diversas qualidades do Akira como autor sendo que, para mim, esse filme tem um feito comparável com a introdução do Raditz no Dragon Ball Z. Uma mudança abrupta da história, mas sem perder o que fez ser bom no anterior e renovando a história de uma maneira criativa. A gente começa principalmente porque o Bills é divertido, o jeito que a história é guiada é divertido e o jeito que a briga se instala TAMBÉM é divertido, atual e lembra bastante o humor do Akira na época do Dragon Ball clássico. Nada aqui é sério, porque não é pra ser e se fosse pra ser, não teria como haver filme. Não havia ninguém que conseguisse se quer enfrentar o Bills, quiçá vencer ali e se fosse muito sério, esse filme não teria nada de grandioso como tem com seu humor.

O PROTAGONISTA, GOKU: 



De longe, o que eu mais gosto nesse filme é como ele exalta essa característica do Akira como autor: ele olhou pra um personagem de 30 anos atrás, que tinha seu arco, que tem suas problemáticas e pensou "eu consigo trabalhar mais uma coisa nisso". Não é a primeira vez que ele faz isso, mas o fato de não ser, denota ainda mais qualidades do autor. Ainda mais, pegando esse filme pra fazer antes do que ele considera o final de Dragon Ball (que é aberto, propositalmente, mas é um fim, portanto o Goku é um personagem mais "maduro" do que o do final da saga do Majin Buu). E é nesse ponto em específico do filme que eu vou me ater na crítica.

Minha visão crítica tem como foco principalmente os personagens da obra, porque o meu estilo de analise gosta de ver os personagens como a real guia da obra, os pontos mais positivos. A sua obra pode ter uma história super simples, mas se os personagens são bons, ela faz valer. E pra mim, Dragon Ball é muito sobre isso. Vegeta, Gohan, Piccolo e até mesmo Goku, constroem toda a grandiosidade de Dragon Ball acima de qualquer coisa nele (mesmo que o universo dele me interesse bastante). E é a partir disso que eu quero analisar o Goku nesse filme.

O Goku, aqui, é trabalhado de uma forma muito interessante nos minutos finais do filme, ou seja, quando ele realmente é trabalhado como o PROTAGONISTA desse filme (que é basicamente quando ele luta com o Bills) e a gente é abordado num arco interessante dele que, por incrível que pareça, nunca foi abordado: o egoísmo de Goku. 

E isso é interessante porque, egoísmo é uma das características dos Saiyajins, a gente vê isso refletido em Vegeta, Gohan e vários outros Saiyajins, mas em Goku isso nunca foi característico. O Vegeta e o Gohan já caíram por este egoísmo, mas este nunca foi uma grande consequência para Goku, muito embora seja bem claro o orgulho na luta dele contra o Freeza, não gerou nada ruim pra ele, já que ele saiu vivo da luta toda e vencedor (muito embora tenha lá suas características psicológicas como consequências, ainda assim, é pouco). O máximo que a gente vê do orgulho Saiyajin criando problema pra ele é quando ele vê o que ele tava fazendo com o Gohan na saga do Cell, mas não era sobre egoísmo em si tal qual Gohan estava após se tornar Super Saiyajin 2 e quase ter a Terra destruída como consequência. Aqui no filme, embora talvez você possa dizer que ainda não tenha consequências, é algo bem traçado.

Porquê, parte da problemática do Goku na luta (que o próprio Bills enxerga) é sobre como o Goku estava frustrado, mesmo tendo alcançado o poder o bastante pra enfrentar o Bills. E isso se dava porque Goku não tinha alcançado esse poder sozinho e sim, teria dependido de outros para alcançar aquela força. Ele participa do ritual, mas não se sente completo usando aquele poder emprestado. Essa é a base do conflito do filme e do personagem. 

E em Dragon Ball, a gente não tem tanto o "poder da amizade" como um fator de dependência para o protagonista, na verdade, era o contrário. A gente vê cenas assim quando a Bulma falava que o Goku era a chave pra vencer os androides no futuro e como o futuro só ficou dou jeito que ficou porque o Goku tinha morrido previamente, ou quando o Kuririn entra em desespero após ver o Nappa matando seus amigos e grita pela chegada de Goku o mais rápido possível. Goku sempre resolvia as coisas sozinho e era a luz para seus amigos e não o contrário, como é no ritual do Super Saiyajin God. 

Até em situações como, quando ele se fundiu com o Vegeta ou quando ele usou a Genkidama, era uma situação bem diferente, porque: 1 – ele não estava enfrentando mais o personagem no x1, 2 – ele não necessariamente estava em desvantagem nas duas ocasiões. 

Ok, que ambas são formas de poder que ele não conseguia "usar sozinho", mas ainda assim, no caso do Vegetto, aquele era o poder do Goku que ele tava unindo ao do Vegeta e além disso, ele se desfaz do brinco assim que possível para conseguir, novamente, lutar sozinho.

Mesmo usando a Genkidama, o Goku tem seu poder recuperado pelas esferas e ele utiliza o próprio poder para matar Majin Buu ainda assim. Sendo essa a única vez que ele usou a Genkidama com o poder dos outros e ela foi realmente efetiva. Além de, óbvio, ser um golpe dele e não uma transformação que ele desbloqueou do nada, sem esforço.

O Goku realmente usa o treino e as suas lutas como um motivador a viver, ele precisa dessa autoafirmação como parte da identidade dele e ele se ver dependendo de outros pra lutar acaba matando um pouco disso pra ele, já que deixa de ser uma identidade própria. Não é nem sobre ele não estar lutando sozinho e sim, que se não fossem os outros: ele não poderia lutar. E a intenção do Bills, no filme, é mostrar como o Goku ainda é válido mesmo dependendo de outros e parte do motivo da luta continuar é justamente a personalidade deste, o que faz com que Bills enfrente-o mesmo após ele perder a transformação de Deus e posteriormente, assumindo que ele foi o guerreiro mais forte que ele já enfrentou com exceção do Whis (no filme é assim que é indicado). Esse momento onde a gente dá camadas pro Goku e camadas pro “vilão” do filme (que acaba não tendo nada a ver com um vilão) é sensacional.

OUTROS PERSONAGENS:



Isso tudo, sem contar a cena do Vegeta né? Que muito pode ser argumentar que foi algo inútil, mas ver aquilo no cinema foi sensacional. Ele estabelece uma motivação sentimental para proteger e também uma ligação bem forte com sua humanidade, com a Terra. Estou falando da dança dele. Mas falando sério, a cena que o Vegeta ataca o Bills com tudo que ele tem, mesmo inefetiva, é muito bem construída. Mas mesmo se formos nos referir a dança, ela também estabelece que, não só o personagem finalmente se reconhece como um humano, mas também como um personagem de Dragon Ball, com toda a sua estranheza e humor que fazem parte daquele todo que sempre teve essas características. Isso tudo sem perder o que faz do Vegeta um personagem legal, um lutador impiedoso que se fortifica na raiva. Sério, checa essa cena mais uma vez:

Óbvio que o filme tem inúmeros personagens e ele consegue se sair bem em 3 deles (Goku, Vegeta e Bills), e talvez até mais um, mesmo de maneira introdutória e segurando no carisma (o Whis). Ele peca em excesso, podemos dizer assim, pois temos personagens que importam "pero no mucho" que são: os outros Saiyajins que vão participar do ritual, o filme tem todo um arco envolvendo o Gohan e a Videl, o Majin Buu e os outros guerreiros que servem a uma cena rápida cada um deles após serem jogados de lado, afinal, há um grande inimigo e vários guerreiros Z. Acaba que a maioria desses personagens são subaproveitados e a maior parte dos arcos servem a pouca coisa. Talvez o filme pudesse ser resolvido de outra forma, mas ele tinha algumas coisinhas demais pra resolver, afinal, era o retorno de um anime depois de anos sem atualização.

QUESITO HISTÓRIA: 

Pra mim, este filme é um ótimo pontapé pra um novo universo. E ele tinha essa missão, porque Dragon Ball é uma franquia de, na época, quase 30 anos e que por maior que seja seu universo: nunca teve um laço pra você puxar e fazer uma nova história. Até mesmo a Saga do Majin Buu, tem como suas grandes falhas esse balanço que ela tem que fazer de introduzir um vilão COMPLETAMENTE novo (e que traz diversos conceitos por si só, como os Kaioshins) e, ao mesmo tempo, finalizar a obra mesmo depois de ter 2 finais emocionantes (com Freeza e Cell). Ao contrário, por exemplo, do que é feito em Dragon Ball GT, onde o vilão é retornar os olhos para o título da obra: Dragon Ball. São vilões novos, mas ainda assim, são reconhecíveis por sua origem. Acaba que isso torna a finalização fácil e boa.

Mas aqui o ponto não é sobre ser um novo final ou um final melhor, ele é um pontapé de um universo ele estabelece bem essa lógica de deus da destruição, de divindades, poderes divinos, com os Saiyajins entram nessa questão e o melhor: no fim do filme, o Goku não supera o vilão. A partir do momento que isso acontece, você cria um teto em Dragon Ball e isso libera as sagas. Por mais que, a evolução lógica dos vilões tenha criado debates sobre esse teto ter sido superado ou não, ainda assim, existe um teto, existe um certo nível a ser superado. 

O próprio Goku é colocado em um teto, parte do treino do Bills é para que o Goku consiga também saber os poderes que ele pode alcançar e que ele alcance por si só, do seu jeito. É uma forma de "enfraquecer" o Goku. É por isso que o Super Saiyajin 3 é derrotado nos minutos iniciais do filme.

Novamente se a gente comparar com o GT, acaba que a gente também tem um começo com uma renovação no personagem do Goku (junto com um enfraquecimento) e resgate do clássico, mas no filme, essas coisas funcionam bem melhor porque as ideias são mais interessantes. Não só em ideias, mas em execução e eu nem estou falando no quesito de comparar a transformação, mas sim, de como estabelecer esse novo universo e o tipo de coisa que a gente vai encarar nessa história. E olha que o GT tem um trabalho mais fácil, porque a mitologia do universo espacial de Dragon Ball é bem mais chamativa que o universo de deuses do anime. O tanto de coisa que eles poderiam tirar de Namekuseijins, influência dos Saiyajins, do Freeza, do Goku, Tsufurujins, Yadrats e por aí vai. Coisas essas que, o mangá de Dragon Ball Super vem fazendo, mesmo que aos pouquinhos. O GT peca por si só, apenas por não conseguir estabelecer um teto. Quem seria o mais forte do GT? O Goku, só que adulto? o Vegeta? Gohan? Nada disso é claro quanto o Bills é nessa nova leva.

E eu acho que o ponto aqui de discutir a história não é nem sobre a profundidade ou da grande mensagem desse filme, mas é mais sobre as ideias utilizadas nesse filme e como elas são utilizadas na prática. E ao meu ver, boa parte das ideias desse filme são bem sucedidas na prática e o jeito como ele funciona enquanto o inicio de algo que estar por vir é muito bem feito. Não é uma história fechada, mas não é full dependente de uma continuação. 

E eu reconheço que o estilo de narrativa, com humor e tudo que Akira tem pra nos oferecer, pode acabar não sendo tão legal pra todos os públicos, principalmente os fãs da Saga Z que esperavam uma "porradaria mais séria”, mas é inegável o carisma presente nessa história, principalmente para com Bills e Whis.

A TRANSFORMAÇÃO:


A animação desse filme é muito boa, se comparar com o Super chega a ser triste

Não tinha como evitar falar disso né?

A maior parte das críticas relacionadas a Dragon Ball Super fica nas transformações, pois elas não trazem um design tão criativo quanto as outras da saga Z. Mas esta em específico, eu vejo que tem suas motivações em todo o design. Porque, eu não enxergo a forma deus como uma transformação, eu vejo mais como um nível para o Goku chegar, uma espécie de "técnica" ou evolução nos poderes que ele utilizava até então, e a mudança no corpo é mais pra gente ter uma noção da diferença entre o Goku e o Goku divino. 

Mas nas mudanças aparentes, eu gosto da: aura diferenciada dela que assemelha-se ao fogo e se diferencia bastante do Ki utilizado normalmente, trazendo esse tom divino pro todo. Também dos tons de cores no próprio personagem, esse vermelho vivo, que aqui é utilizado justamente pra destoar das paletas de cores do Bills (anotem essa, pro filme do Freeza). A fisionomia em fazer o Goku propositalmente mais magro, trazendo essa ideia mais mais angelical ao personagem. E tudo que gira em torno do design do olho dele me conquista bastante. Não é necessariamente “criativo”, no sentido de ser diferente de tudo que a gente viu, mas é uma transformação bem pensada e carismática ao meu ver. Eu acho, inclusive, que deveria ter um tratamento melhor, no sentido de ser um nível diferenciado, algo mais complicado de se alcançar. Mas eu volto nisso no arco do torneio do poder.

CONCLUSÃO:

Então, para mim, o filme da Batalha dos Deus é simplesmente ótimo em sua proposta: ser um pontapé inicial pro universo e não para nisso, na verdade, traz uma renovação para o arco do nosso protagonista, Goku e nos mostra a nova face que vamos ver do nosso outro protagonista, Vegeta. Além de conseguir criar um antagonista extremamente carismático e minimamente complexo por se tratar de uma divindade feita para destruir, mas que por ter um carisma tão enorme não tem como você não criar afeição com o personagem. O Bills não é bonzinho, sua natureza como deus o impede de ser, mas também não se trata de um ser de pura maldade e essa área cinzenta que nos faz questionar até mesmo suas atitudes perante a luta que ele quer ter (uma motivação que nos vai de encontro, inclusive, tematicamente com o personagem do Goku) e qual o resultado que ele ter nisso tudo. No fim, o Bills não se importa se ele não foi ao máximo como lhe foi prometido em seu sonho, pois ele encontrou uma promessa ainda maior do que ele imaginava, fazendo com que ele poupe os nossos personagens e ainda sirva como um treinador para o Goku. Além do humor do filme que nos relembra bastante os toques que o Akira faz no Dragon Ball clássico. É um dos filmes mais legais da franquia Dragon Ball com certeza e a pergunta que fica é: o que desse pontapé vai sobrar até o final? Vamos descobrir juntos.

Nota: 8/10


sábado, 6 de novembro de 2021

Precisamos falar sobre a Star and Stripes.

Eu nem ia falar sobre isso tudo, mas acho que se faz necessário a gente falar sobre a problemática dessa personagem. Porque, embora ela tenha seus problemas, não é exatamente aquilo que pensamos. 

É normal a gente ter essa relação de cortar o hype com a Estrela e Listras porque essencialmente ela tá lá pra servir de escada pro Shigaraki. Ela é essencialmente um anticlímax. Não tem como o vilão final perder pra ela no meio do arco (rumando ao final) e o Shigaraki servir de escada PRA ELA, isso seria um absurdo maior ainda. Mas, a Star ainda não morreu, afinal, não mostrou sua morte. Lembrem-se que a New Order tem 2 ordens pra se manter, ela usa uma pra manter a força e a outra pra utilizar os diferentes poderes, ao qual ela usa pra fazer a troca aqui e virar o trajeto dos misseis pra atingir o Shigaraki ao mesmo tempo que mantém o seu Susano’o que estava servindo de força pra ela. Entretanto, no momento que o Shigaraki a ataca já estava livre pra usar a segunda ordem e conseguir escapar daquilo de alguma forma. Tem um ponto onde ela bem estabelece essa “regra” imutável dela e a necessidade que pode aparecer dela trocar, não é gratuito.

Eu não consigo crer que esse quadro seja gratuito

A gente já tem 2 paralelos pra essa última cena do último capítulo: o primeiro é quando a Star efetivamente toca no Shigaraki no primeiro golpe e da luta do Deku contra a Lady Nagant (é o equivalente dessa luta, só que pro Shigaraki) então estamos aí com essas possibilidades de que tudo é possível, principalmente com o poder dessa dona.

Aqui era bait né?

Mas eu não estou aqui pra falar sobre a possibilidade de ela estar viva ou dos limites do poder dela, mas estou pra falar dos significados dela e da problemática na personagem.

QUAL É A FUNÇÃO DA STAR AND STRIPES NA HISTÓRIA?

O significado dela é bem claro: ela é os Estados Unidos. Não só isso, mas ela reflete bem os conceitos do All Might e as suas falhas. Permita-me explicar melhor: 

Não há dúvidas de que a Star and Stripes é figurativamente o All Might e isso tem uma função prática bem clara: ela está lá pra mostrar que não, nem o All Might possivelmente no SEU AUGE venceria o Shigaraki. Ele tá em outro nível, ele não é o All for One, ele é muito melhor (e olha que o All for One tava lá de boa depois de ser derrotado pelo All Might e eu tenho a teoria de que o All Might só o venceu na segunda vez, que é a que vemos no anime, porque o All for One queria que fosse feito desse jeito, para que ele passasse uma mensagem pro Shigaraki. Tenho toda uma teoria de que mostra que o All for One é um mestre melhor que o All Might, mas isso é meio óbvio né?). Esse eu creio que seja o simbolismo mais claro, no sentido mais óbvio, no sentido da porradaria. 

Essa imagem fala por si só, né?

Mas a Star também tem um simbolismo temático com Boku no Hero que tem a ver com a nacionalidade dela. A Star por ser uma estadunidense que vem com seus misseis (e se teve algo que Hunter x Hunter me ensinou, é que quem carrega uma bomba no Japão tá errado) e com todo o discurso do Almirante Aghpar sobre ela ser inconsequente e isso fazer do país deles diferente (ela literalmente fala que vai vencer o Shigakari “de um jeito que o Japão nunca poderia”) que é algo que vai de encontro a todo o discurso trabalhado com a Liga dos Vilões e o Exército de Libertação que é sobre como as pessoas não deveriam ter regras nas individualidades e o papo de liberal que o Redestro fica falando (antes de me chamar de lacrador, espera o fim do texto), ponto este que o Kohei tem suas críticas (literalmente uma das problemáticas é sobre como as pessoas pegaram em armas e resolveram se defender por si só) e que também carrega suas relações com o All Might.

O drama do Almirante Ackbar, de revolucionário pra liberal

Nesse ponto, das comparações temáticas com o All Might, é parte da problemática que os vilões tem com ele e com toda a criação do símbolo da paz. Colocar um país inteiro, não, um mundo inteiro nas costas de uma pessoa não foi saudável pra nenhum dos lados. Para o All Might, o guiou até um estado pior que a morte (se ele tivesse morrido, ele teria modificado a sociedade pra melhor, pois se tornaria um símbolo imortal). E para o mundo, criou uma dependência muito forte dessa figura que, fez com que as pessoas se esforçassem menos. Isso é bem visto no primeiro capítulo onde o Bakugou quase morre e na história de origem do Shigaraki. Todo mundo sempre fica esperando um herói, porque o All Might existe. E a não-existência dele trouxe todos os novos problemas dessa história que gerou o Shigaraki atual. E isso vem com uma quebra no momento que o Deku fala “Essa é a história de como NÓS nos tornamos os maiores heróis de todos” e a Star resolvendo lutar sozinha, aborda essa temática.

Isso tudo porque, eu só consigo ver um futuro pro final do Shigaraki: uma luta da 1A inteira contra ele, ou pelo menos, alguns personagens dela. A luta da 1A contra o Midoriya pra mim é um breve treino desse momento. Além do que, existem entrevistas que o Kohei aborda que o final do segundo filme de Boku no Hero, seria o final do anime e que ele resolveu mudar isso pra fazer algo ainda mais épico. E o final do filme é justamente logo o Midoriya e o Bakugou juntos contra um inimigo mais forte, mas também há um grande foco na 1A e como eles estavam vencendo outros personagens. E a gente tem personagens pra lutar entre si na Liga, como o Shoto e o Dabi, a Uraraka e a Toga têm suas coisas pra resolver (vamos chegar a abordar isso em outro texto, calma), talvez um possível confronto entre o Shoji e o Spinner? Vamos esperar pra ver. Isso sem contar os vilões que o All for One tem juntado para sua própria Liga. Enfim, eu ainda quero abordar esse assunto, mas fica para outro texto. 

Eu tenho minhas críticas para com essa parte, mas essa página é linda, tá?

Mas é isso, resumindo, a Star and Stripes tem essa função de ser: 1 – um debate temático em torno da linha que vai fechar o mangá sobre individuo x conjunto e 2 – ser o All Might sem que a gente precise do All Might. Embora isso seja legal, ainda temos as problemáticas.

AS PROBLEMÁTICAS DESSA PERSONAGEM:

Vamos lá, com certeza, o maior problema da Star é ser uma escada pro Shigaraki e esse problema é altamente intensificado porque: ela é uma personagem nova e ainda por cima (agora pode me chamar de lacrador) ela é uma mulher.

Eu sei que parte desse rolê dela ser mulher é levemente trabalhado no último capítulo, mas é meio complicado uma mulher servir de escada para que um homem seja o mais forte. É diferente, por exemplo, de quando a Mirko usou tudo que tinha e não conseguiu vencer os Nomus, que ainda tem seus problemas, mas a Mirko já existia faz um tempo, já tinha suas participações e teve aquele momento ali. Mas realmente, existe um grande problema com as mulheres de Boku no Hero, seja com a Midnight, a Uraraka, a própria Mirko, a Lady Nagant. A maioria delas é BEM secundária, existe o termo que é “mulher em shonen” que trata de que, se há uma personagem feminina em um shonen ela provavelmente nunca será tão especial quanto os personagens masculinos no quesito de batalha, que é o ponto central do Shonen. A mais diferenciada é a Momo Yaoyorozu, mas ainda assim ela tem seus problemas. A gente tem poucos momentos de brilho e muitos problemas nessas personagens. 

E eu acho que acima de ser uma escada, se ela fosse uma personagem melhor trabalhada, ela desse de cara com os heróis antes, tivesse capítulos de pura relação com os outros, tivesse alguma função em relação ao Midoriya se compreender (principalmente depois do surto que ele teve), faria sentido a Star ser derrotada eventualmente e ficaria mais tragável, mas nesse sentido de ela SÓ servir de escada pro Shigaraki vencer e ainda ganhar um novo poder, é complicado.

A única salvação que eu vejo é a luta não ser frutífera, Shigaraki e ela só estarem mostrando poder e o resultado ser um empate, coisa do tipo. Porque, isso é a única forma de passar todas essas ideias e fugir das problemáticas que o servir de escada traria. Seria um pouco “broxante” em relação ao impacto da morte da Star ali? Seria, mas com certeza, é a maneira menos problemática de resolver isso tudo. Sério, eu confio no Kohei como autor, ele costumeiramente surpreende, mas é inegável que ele tenha seus problemas e suas limitações (embora, boa parte delas não seja bem o que a gente imagina, mas eventualmente eu trago isso à tona). 

No final das contas, escada ou não, a Star tá servindo exatamente pro que o Kohei pretende com essa luta: mostrar que o Shigaraki está praticamente impossível de vencer. 

terça-feira, 26 de outubro de 2021

COMO SHOTO SE TORNARÁ ENDEAVOR? ou o Arco do Todoroki, a história de um protagonista de mangá

**ATENÇÃO, O TEXTO ABAIXO CONTÉM SPOILERS**

Sim, eu sei. O título pode assustar, mas é isso mesmo. Parte dessa teoria é bem sensível, mas eu acho que consigo lidar. Eu não estou partindo do principio de persona, do Endeavor como persona e sim, tratando do nome de herói do Todoroki Shoto. Porque, vamos lá, dentro da classe 1-A a gente tem 4 personagens que não tinham nomes prontos em sua gênese: Midoriya que, se baseando no que a Uraraka disse pra ele, escolheu o nome Deku. O Ingenium sendo um nome herdado do irmão do Iida após ele se reconhecer como digno de tal nome e todo o arco pro Bakugou revelar o nome dele na frente do Jeanist, além dos significados destes para com o All Might. O único daquele arco que não tem um nome de herói definido em sua genese e não tem até agora é ele, Todoroki Shoto. Ele escolhe seu próprio nome e faz isso pra facilitar, não como uma forma de ressignificar ou de autoafirmação, como o Deku faz. E é aí que eu acho que entrará o nome do Endeavor.

"Esforçar-se para fazer ou alcançar algo. Ex: ele está "endeavoring" para ajudar o Terceiro Mundo"

Parte do arco do Shoto não é sobre perdão em si, mas sobre ressignificar. Ele entende a maldade por trás de tudo que rolou, principalmente no quesito da relação deles (pai e filho) com o Dabi. Ele ressignifica o poder de fogo dele, o pai como herói, a relação com a mãe dele e até resolve dar uma chance pro pai mostrar que realmente mudou. A família tem muita importância pro Shoto justamente por ele ver a dele desmoronar daquele jeito. E dentro disso, temos o nome Endeavor.

OK, esse arco é bem problemático no texto dele, mas a intenção eu acho boa. É caso de família.

Para entendermos essa relação, devemos entender a gênese do nome Endeavor. O significado do nome diz sobre empenho, esforço, tentar algo até conseguir. E isso, para o Enji significa seu conflito com o All Might, sua vontade de ser o número 1. Não tem como dizer que o Enji não é esforçado como o Endeavor, mas há esse limitante de ser apenas como um herói, o que monta todo o seu arco após ele se tornar o número 1. A partir disso, ele começa a se esforçar ao lado familiar também. Entretanto, as ações de Endeavor criaram inúmeros problemas que ele tem que resolver e esse problema respingou na família, na figura do Shoto, sendo ele inclusive considerado o herói da família Todoroki.

O Endeavor nunca criou heróis, mas surgiu um herói da família Todoroki. E o Enji não tem nada a ver com isso. O garoto que foi salvo é o que vai salva-los.

E é aqui que entra meu argumento, após analisarmos toda a relação entre Shoto, sua família e a gênese do nome Endeavor, eu só posso chegar a uma conclusão: agora a gente tem um novo esforço pro Shoto, o esforço de limpar o nome da família Todoroki. A família já não é mais vista como heróis, o Endeavor é um abusivo assumido e o Dabi um vilão. O resto não são heróis, com exceção do Shoto. E ver o Shoto ressignificar o nome do Endeavor e trazer esse esforço pra outro escopo, o esforço de fazer um dia melhor pra sua família ao invés do esforço de ser um grande herói, é pegada mais Boku no Hero possível. Porque Boku gosta muito dessas rimas, então quando a gente vê Endeavor contra o Nomu que só pensa em brigar, é o Endeavor lutando contra seus próprios demônios, é ele diferente lutando contra seu eu do passado e se definindo como uma pessoa melhor. E ver o Shoto trazendo esse nome pra si e ressignificar é algo grandioso pra mim.

Eu considero que aqui, o Endeavor morreu completamente mesmo. O que a gente vê depois disso é o Enji e como ele vai fazer daqui pra frente, não mais como Endeavor.

E isso é uma das temáticas do próprio Boku no Hero, onde a geração atual tem que se virar nas falhas da antiga geração. Então o Deku tem que ir pelas falhas do All Might, onde o All Might sempre masterizou o poder desde o começo e o Deku se quebrava e teve todo um processo adaptativo que o All Might não teve, mas isso fez dele um grande herói desde o começo. Até o Bakugou também tem uma relação entre o All Might e o Endeavor, uma almagama das duas partes que acabou criando uma terceira parte que também vai se relacionando com o Jeanist (que é o exato contrário dele até na aparência, mas ainda assim, o cativou). O próprio Hawks e o Tokoyami (que também tem uma função parecida com a do Shoto, como já foi bem estabelecido nessa imagem) onde um é como se fosse um pássaro e voa, e o outro é um pássaro que nunca voou, mas isso se modifica e um passa uma mensagem pro outro (O Hawks mantém o plano da guerra só por conhecer o Tokoyami).

O Tokoyami em primeiro plano nessa página inteira sobre o que é, pra mim, a temática do mangá é mutio bonita. É sobre ter fé na nova geração e nossa função como adultos é fazer o possível pra que o amanhã deles seja brilhante o bastante pra eles protagonizarem o nosso futuro.

E por fim, eu também vejo uma rima com o momento de escolha de nomes: o Deku ressignificando o nome tal qual o Shoto ressignificar o Endeavor, toda a construção de manter o nome de um familiar como o Iida tem com o Ingenium pra manter essa tradição e, por fim, um momento inteiro dedicado ao nome tal qual o Bakugou tem com Dynamight (que é um nome com bastante significado, que traz a sua infantilidade pra cima de sua aparência de vilão). Estamos chegando ao momento do Shoto, que está bem apagado, pelo menos eu creio nisso. O que me preocupa não é nem ele, inclusive, e sim os outros. Mas irei aborda-los.

É de você mesmo que estamos falando Iida. E a Uraraka também.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Como se fez o novo Rock Lee vs Gaara em Boku no Hero Academia

Tem bastante comentários em relação a Naruto, até hoje, que falam sobre a luta de Rock Lee vs Gaara ser a melhor luta da série.

Veja bem, nenhum dos dois são protagonistas de Naruto. Inegavelmente, porque é até discutível se a Sakura é protagonista, mas Rock Lee vs Gaara não é a luta entre protagonistas. Mas é inegável que Gaara era um antagonista e o Rock Lee, no mínimo um secundário bem trabalhado que servia a um proposito, mas talvez a gente não soubesse antes que era esse o propósito.

Como lidar com essa luta ser uma das preliminares?

Parte da graça dessa luta gira em torno de que ela é munida de grandes significados e eu não pretendo me estender nisso, pois não é o foco do texto, mas deixo aqui a recomendação de um vídeo maravilhoso do Quadro em Branco sobre o tema:


Um resumo pra você continuar vendo o texto sem o vídeo:
Dentro do abordado na luta, a gente tem o mais claro; o destinado x o esforçado, mas há também o Lee ser um garoto que pela sua velocidade ocupa todos os espaços possíveis em menor tempo como uma forma de falar sobre a sua vontade de ser reconhecido X o Gaara usar a proteção de areia como uma forma de se isolar em um nível além do absurdo. E como isso é uma forma deles lidarem com os próprios traumas. Mas talvez o mais chocante dessa luta é o Rock Lee perder.

Essa cena é sensacional. No anime dublado, então?

E esse momento é um evento, pois tudo que rola depois dele até o fim do Naruto clássico gira em torno dessa escolha: seja em Naruto vs Neji, Sasuke contra o Gaara, até mesmo o momento do Naruto vs Gaara e como o Naruto quebra essa casca do Gaara, que são eventos que levam até o arco onde o Sasuke vai embora da vila e o Rock Lee se encontra com o Gaara pra enfrentar o Kimimaro. 

areia

Ok, depois, isso tudo é esquecido no Shippuden, nós sabemos, mas dentro da temática do Naruto clássico entre o destinado x esforçado, essa luta com certeza é o MAIOR exemplo de tudo isso, além de ser o primeiro grande evento que fala sobre o tema.

E não só dentro de Naruto, mas eu creio (ou seja, teorizo) que seja algo que inspirou inúmeros outros. Não sei, inclusive, se foi inspirado POR Luffy vs Crocodile já que são da mesma época (e o Luffy só foi enfrentar o Crocodile de igual pra igual bastante tempo depois). Mas com certeza toda a temática de Black Clover e de Boku no Hero é com certeza baseada nessa característica do Rock Lee ainda maior do que o esforço do Naruto. Muito embora a gente tenha esse heroísmo maior em Naruto, é em Rock Lee que se encontra o poder na falta de poder. E tanto Midoriya quanto Asta refletem esses valores. E é aqui que entramos no assunto.

A galera do rap já se ligou.

Qual seria o Rock Lee vs Gaara de Boku no Hero? 

É inegável a semelhança do arco do torneio da UA com o arco do Exame Chuunin (que por sua vez tem semelhança com o arco do Exame Hunter, mas é outra história) e nesse arco do mangá de heróis tem várias lutas, a maioria delas bem rápida, mas que possuem seus significados com esforço x destino. 

Seja em Bakugou VS Uraraka ou até mesmo na rivalidade de Bakugou com Midoriya ou na grandiosa luta de Midoriya vs Todoroki.

Nenhuma luta nesse arco, inclusive, tem um foco TÃO GRANDE um personagem secundário contra um antagonista, como é entre Rock Lee vs Gaara. 

De um lado é um acerto porque perde menos tempo em relação as lutas esquecíveis (como o Naruto tem bastante tipo o Zaku vs Shino? ou até mesmo Ino vs Sakura que o autor esqueceu, e se a gente lembrar bastante dá pra ver como Naruto vs Kiba foi ridícula, tudo bem que era um torneio de eliminatórias, mas imagina dizer que Rock Lee vs Gaara foi menor que Naruto vs Neji)

Porém, de outro lado a gente não tem como ver ser personagens secundários são legais, como Naruto faz bem nesse arco ao apresentar Shikamaru, Neji e o próprio Rock Lee nessas lutas (tudo bem que, o Shoto era um personagem secundário e tava alçando o protagonismo nessa época, mas né, é o único num grupo tão legal que é a 1A e sem contar a 2A).

 Porém, existe uma luta subestimada por 99% dos leitores, tirando eu e o autor.

Midoriya vs Shinsou.

dois gatos

É aqui que a gente entra no tema. Porque pra mim, inegavelmente é o que nós estávamos buscando. Conforme eu falei outrora, Midoriya é o Rock Lee de Boku no Hero, ou pelo menos, foi feito pensando nele mais do que no Naruto. 

Ok, já tendo estabelecido que Rock Lee e Midoriya são bem próximos, porque essa luta é mais “Rock Lee vs Gaara vibes” do que Midoriya vs Todoroki?

Essa imagem é LINDA

Eu entendo que, temos temáticas parecidas nesta também e tals. E eu concordo, a gente tem um nível de simbolismo grande e a luta é mais próxima por ser um cara físico contra um cara ultrapoderoso que foca em defesa. Mas embora eu concorde no quesito físico, tem algo que me pega bastante nessa luta: o Midoriya tá constantemente tentando salvar o Shoto. Sem contar toda a questão parental, familiar e flashbacks que rolam no meio da luta sobre a família em específico (mesmo que Rock Lee tenha seus flashbacks ali também, aqui a função é outra), que deixam bem claro uma comparação no quesito narrativo e de storytelling de outra luta de Naruto: 

Num tinha uma imagem boa dessa luta, incrível. 

Naruto vs Neji.

Pois ambas têm esses significados de tentar mudar o inimigo. Ou ate mesmo, Naruto vs Gaara. Afinal, é inegável que essa é a luta entre o protagonista e o antagonista do arco (o Bakugou ainda era um antagonista na época, mas ele tava meio secundário nessa história toda, por isso que ele fica tão puto no final). Essas características não existem na luta de Rock Lee vs Gaara e tornam a luta menos importante do que o debate em Boku no Hero (o que nem de longe é algo ruim).

Mas em Midoriya vs Shinsou eu vejo que, ela acima de tudo é um combate. Um combate bem “fraco” em comparação a Midoriya vs Todoroki (se imagine no lugar do espectador), mas ainda um combate. Você eventualmente se questiona se tá torcendo pelo correto, mas acima de tudo se importa com o vencedor e o fim da luta (o que não rola contra o Shoto, afinal, na prática, a luta deles acaba antes do golpe final e o resultado é só uma maneira de ir até o fim do torneio). Aqui, os flashbacks do Shinsou têm a mesma função de humanizar e te gerar empatia com o personagem, tal qual os do Rock Lee (Não que o do Shoto não tenham essa função, mas o grosso da história dele, ele contra pro Midoriya antes da luta. A função com o Shoto é trazer tanto o peso do Endeavor quanto o peso da mãe dele em relação as suas escolhas e não para nos preparar pro fim trágico da luta do personagem).

O Shinsou, nessa cena, sofre um preconceito bem parecido com que o Midoriya sofria no começo

Mas acima de tudo: tem um debate EXTENSO rolando nas páginas dessa luta, em relação aos dois personagens. Um debate que talvez nenhum de nós estava esperando, com poderes tão diferentes.


Quando em Midoriya vs Todoroki, temos um debate sobre o ser herói (ao qual, Shoto se distanciava) e sobre fazer o poder de “outro” o seu, além das limitações de seu próprio poder (já que Midoriya constantemente se quebrava usando o seu, o Shoto ficava fraco por não usar todo o seu poder. No meio da luta o Midoriya mesmo afirma que o Shoto nem se quer arranhou ele mesmo que ele já tivesse todo quebrado, afinal, os danos tinham sido causados por ele mesmo).

Essa cena é INCRIVEL.

Quando em Shinsou vs Midoriya o debate é sobre: esforço x destino. Em Midoriya vs Todoroki podemos pincelar isso, mas é aqui onde REALMENTE temos isso no texto. Afinal, o Shinsou tem um poder que não se encaixa nos testes da UA e, não só isso, mas um poder que o faz ser confundido com um vilão. 

Aizawa PUTO com o sistema

Ao ver o Midoriya, um cara que tem um poder tão "heroico" ao ponto dele conseguir entrar no curso de heróis da UA, ele se sente infligido indiretamente. Para ele, Midoriya era um cara abençoado por ter nascido com aquele poder. O que não era bem verdade, mas para ele era. E o Midoriya faz questão de admitir: eu sou realmente um cara abençoado, não por ter o poder, mas por ter tanta gente que acredita em mim. Afinal, o Midoriya literalmente ganha a luta por causa de um milagre. 

Essa é uma reflexão forte, porque é um cara que nunca teve nada reconhecendo que é abençoado. E ele é mesmo, tem vários na mesma situação antiga dele, que continuam e ele tem essa chance. Midoriya nota que não existe meritocracia, mas isso ele faz na primeira página do mangá.

Ao mesmo tempo que, na visão do Midoriya, o Shinsou seria facilmente um cara abençoado por ter nascido com uma individualidade e ele não, ele ter que depender de outros. Outra temática, o Shinsou depende dos outros, mas ele controla os outros, enquanto o outro para o Midoriya, o ajuda de bom grado. Por isso que a individualidade de controlar e trazer pra si o outro do Shinsou, acaba o afastando de pessoas enquanto a do Midoriya de destruir o seu redor, o aproxima. Então, a partir do momento que o Shinsou se aproxima e se afasta tanto do Midoriya e já que nós conhecemos o personagem, não tem como não se afeiçoar pelo nosso garoto de cabelos roxos e isso nos faz questionar quem merece mais ganhar. 

Mas no fim, o torneio da UA não é sobre ganhar e é isso que tanto essa luta quanto a do Todoroki nos ensina no final. Esse arco serve pra outras coisas. Mas o Deku, em nenhum momento, para pra ajudar o Shinsou como ele faz com o Shoto, entretanto vale ressaltar que no fim da luta, o Shinsou está mudado por causa do jeito de ser do Deku, de uma forma ou de outra, pois o Midoriya foi o único que de bom grado se aproximou dele, ao ponto de no final da luta ele ser controlado novamente.

um dos momentos mais fofos do Shinsou

Todas essas temáticas, ao meu ver, aproximam bastante esta luta com Rock Lee vs Gaara. Afinal, de longe, o Shinsou é o maior secundário desse arco e o Midoriya ainda é um ista (no caso, o protago ao invés do antago). A luta de um aluno do curso normal contra o aluno do curso de heróis. Um confronto que permeia os cinzas da batalha e nos faz questionar: pra quem eu estou torcendo agora? Com certeza, uma luta completamente subestimada e, de longe, a minha luta preferida desse arco.

Homem Aranha: Sem Lar pra Voltar (ou No Way Home, o nome br oficial é terrível)

             Muita gente não faz ideia do que esperar do filme No Way Home, enquanto muita gente tem certinho o que quer desse filme. No fim, todo mundo espera ser agradado com um bom fanservice, seja você fã do Andrew, fã do Tobey ou fã do Tom, ou até mesmo, fã do Aranha em geral, todo mundo quer ver o que esse filme tem pra dar pra gente. No quesito fanservice e no quesito como uma história mesmo. Então, como um fã, eu também vou dar meu parecer, não só com o que eu queria ver, mas com uma visão de como eu faria as coisas nesse filme, pequenas escolhas que, para mim, fariam o filme alcançar um nível diferente e dar uma missão que é extremamente difícil pra esse filme, e talvez, nem seja a escolha que eles queiram pra isso. Basicamente, este filme serviria como um Ultimato para o Aranha. Fechar algumas histórias, renovar outras e dar um novo caminho para que novas surjam (Recentemente, o próprio Tom Holland abordou que esse filme tava sendo visto como o fim de uma trilogia). 

             ENTÃO meu projeto é dar minha abordagem, minha autoria para o No Way Home, como EU faria o filme. E aí, VAMOS LÁ, antes de TUDO, vamos abordar algumas escolhas a partir dos personagens e ideias que o filme pode trazer;

Meu Lar pra Voltar: 

O Espetacular Homem Aranha, do Andrew Garfield: 

Errei na escolha da imagem? Eu acho que não

                Eu acho que o Peter Parker do Andrew não pode ser mexido. No sentido de que, ele tá no ponto ideal, ao meu ver (por incrível que pareça). Porque, ele sempre foi descolado demais, ele é o Peter mais engraçado que a gente tem até hoje e esse pós Espetacular 2, é o contraste necessário que a gente precisa pro personagem; ele lidando com a morte recente do seu amor (Gwen), do Capitão Stacy, do Tio Ben, o amigo de infância dele virando pro lado do mal (Harry), sem se quer ter aparição da Mary Jane ou qualquer recompensa no fim do filme. Ele tá sozinho, todos ao seu redor morrem ou se perdem e a única coisa que ele tem pra se segurar é mascarar tudo isso no humor porque, ele atualmente representa bem mais do que o ser Peter Parker. E o destoar do Parker estando na merda pro Aranha mais engraçado possível, é isso; temos o Homem Aranha em sua forma completa nos cinemas. Então, para mim, o Peter do Andrew tinha que tá pouco tempo depois de onde ele parou e não conseguiu remoer bem o luto, talvez até tenha realmente entrado no trabalho de fotografo de vez pra reconhecer o J. J. Jameson posteriormente (eu acho uma ideia legal o J.K. Simmons fazer o Jameson nos 3 universos), mas, estamos aí com a chance de conseguir dar ao Andrew, o Homem Aranha que ele merece.

Seu Amigo de Sempre, o Homem Aranha, de Tobey Maguire:

Sim, amamos.

                Para o Tobey Maguire, a gente tem uma relação diferente. Eu vejo que o Tobey já sofreu BASTANTE e parte da sua trilogia é ver ele lidando com esses sentimentos. Sobre o amadurecimento. Seja em relação a ver o Ben Parker como seu pai, seja em conseguir admitir sua parcela de culpa na morte de Tio Ben, o que eventualmente leva para o perdão do Homem Areia, seja em sua relação com a Mary Jane. A gente enxergando a trilogia como uma história de amadurecimento, onde o Peter tem que lidar com adolescência no primeiro filme, com a virada pra vida adulta no segundo e consolidando-se como um adulto no terceiro (inclusive, a própria relação dele com a morte do Tio Ben servindo como uma metáfora pra isso) é sensacional. E pós terceiro filme, podemos ver que agora que o Peter amadureceu de verdade, e a gente não pode mais seguir a estrutura do que o Peter tinha nos outros filmes, pelo contrário, a gente tem que dar uma virada na vida dele. E eu quero ver esse Peter mais velho, mais distante do sofrimento principal dele (Tio Bem). Ele passou os últimos 14 anos (de 2008 pra cá) agindo como um herói, mas também lidando com novas responsabilidades: seu casamento, sua família (seja com May, seja com MJ) e o que eu gostaria bastante de ver; sua filha. Ver esse Peter tendo uma filha é sensacional, dá uma nova sensação de perigo, uma pessoa nova pra proteger que não é a Mary Jane, por exemplo. E isso traz uma nova temática, não é sobre mais a perda de uma vida e sim, o nascimento de uma. Isso é extremamente importante e a gente poderia tá vendo realmente um Peter com uma relação diferente em ser o Homem Aranha, porque agora ele tem responsabilidades diferente, ele teria (o que ele fez na vida real) INSPIRADO pessoas. Imagina só, que nesse universo, a gente tem um Miles Morales do Sam Raimi agindo no lugar ou em conjunto com o Peter? Não que o Peter abandonasse 100% a máscara, mas sim, que fora da máscara, as coisas começariam a pesar diferente. Assim como esse Peter é sobre uma nova vida, tanto pra ele mesmo como adulto, tanto em relação a sua filha, faz sentido ele ser recompensando com ele ser mais feliz. Isso abre espaço pra trabalhar mais do humor irônico que a gente vê ele usando de vez em quando, dele conseguir se abrir mais emocionalmente e isso se refletir no Aranha dele também. Ao meu ver, essa é a relação ideal pro Peter do Tobey Maguire: dá a ele a recompensa da felicidade que ele tanto buscou na trilogia. Isso também aproximaria o Tobey do Aranha ideal, mas sem perder a sua individualidade geral dele (já que tanto o humor, quanto o sofrimento são diferentes). Há também uma relação possível: ele AINDA não ter uma filha, mas querer ter uma (tal qual o próprio Peter da animação) e NISSO eu acho que dá pra abordar alguma coisa a mais.

                Antes de falar sobre o Tom Holland, eu quero abordar outras coisas que complementam o arco dele. Eu vou falar dele no final, aguarda aí, vou falar do filme como um TODO.

E a vilania serelepe?

                Existe um apego em relação a manter os vilões exatamente os mesmos personagens dos filmes, pra criar esse efeito de crossover MESMO e criar essa sensação de vingança, de segunda chance. Mas eu acho que pra alguns, principalmente no que diz respeito aos vilões do Tobey, dá um problema bastante grande. Então seria interessante ver alguns desses vilões vindos de realidades onde eles venceram.

Esse cara vai ser só CGI, a gente já sabe disso:

O maior problema desse Lagarto é a boca dele, não tem jeito

                Só solta o Lagarto e é isso tá resolvido. Não tem outra, é bem claro a diferença entre o Lagarto e o Curt Connors. Faz o Lagarto tá 100% no controle e bem menos humano, tá resolvido o problema.

A ameaça de Electro:

Quero muito saber porque ele tá usando essa jaqueta

                Electro só precisa retornar, ser melhor trabalhado e ser mais poderoso. Ao meu ver, o personagem está longe de ser ruim na sua base, ele ser um fã do Aranha e ser esquecido socialmente já é o bastante pra construí-lo. O que deu ruim nele, é ele ter sido mal trabalhado. Bota o material de vingança em cima do personagem + um poder capaz de fazer dele REALMENTE ameaçador e tá resolvido.

Simplesmente o melhor vilão dos filmes do Homem Aranha:

Quem discorda que esse é o MELHOR existente é um LOUCO, não tem jeito.

                Aqui a gente enfrenta o primeiro problema. Um problema que é quase impossível de resolver. Porque não tem jeito, pro Homem Areia, só se ele for realmente de uma outra dimensão onde ele encarnou 100% a vilania ou teve uma mudança BRUSCA na vida dele. Pro primeiro caso é realmente refazer o personagem, desumanizar bastante ele e demonizar. Um toque que poderia fazer a diferença pros dois casos seria: ele perdeu a filha ou deu um algum problema realmente ruim com ela e correlaciona de alguma forma esse momento com o Homem Aranha e faz com que isso tenha-o transformado em outro cara. Também motivaríamos pela vingança, o que acaba sendo uma temática no Sexteto Sinistro e ta tudo resolvido. Ele é complicado e só tá aqui porque, tem que ter um vilão de Homem Aranha 3 e o Venom é triste demais pra tá lá (já chegamos lá)

Olá, Peter:

Tá óbvio né? O "Hello Peter" é pro Tobey Maguire.

                O universo onde o Doc Ock venceu? Talvez a única explicação? Sei lá, ele se torna bem sucedido com o plano dele do Tridium e é reconhecido. À medida que o tempo passa, ele se torna cada vez mais megalomaníaco e mais preso as suas garras, transformando-se no exímio Doutor Octopus. Outra solução que o povo levanta é interessante, porém mais fraca: o personagem, Octavius, morreu e o personagem que temos agora é as garras no controle daquele corpo humano. Meio creep, fragiliza o personagem, mas é uma solução.

Uma aranhazinha subia com cautela, veio o Duende e acabou com ela:

Já foi confirmado que vamo ter mudanças na roupa, e se o Duende não tiver assim...

                Esse aqui pode ser o mesmo sim, apenas voltando. Todos os toques do personagem já estão bem estabelecidos e só precisa de um bom motivo pra ele voltar. Dá pra botar nas costas do soro do Duende sim, mas poderia ser também um Duende de um universo onde ele só ganhou contra o Homem Aranha. Ok que essa parada de universo diferente mata o ponto de “trazer o personagem antigo de volta”, além de que complica no quesito VINGANÇA CONTRA O ARANHA. Mas é uma solução, afinal, estamos no MULTIVERSO.

O sexto vilão:

Alex Ross gênio

                Alguns nomes foram levantados para o último vilão do sexteto, entre eles: Venom do Tom Hardy, Venom da trilogia, Rhino do Espetacular, Duende do Espectacular (kkkkkk), Abutre do Tom, Shocker do Tom, Escorpião do Tom, Mysterio do Tom, Morbius (????), Carnificina (tá vivo ainda?), Kraven (nem existe), Doutor Estranho (NÃO).

                Dentre estes nomes eu só consigo pescar alguns que poderiam fazer a diferença:

Venom, do Tom Hardy:

Visualmente ele é bonito, viu?

                É com certeza o maior boato, principalmente depois do segundo filme dele. Só que com certeza é EXTREMAMENTE aleatório, porque esse é o ÚNICO personagem de toda franquia do Homem Aranha, cuja na ADAPTAÇÃO, não tem nenhum contato com o Homem Aranha. Não há nenhuma rivalidade imposta, não há nenhum sentimento de vingança, não há nem um laço que dá pra se fazer em pouco tempo. Qual seria a história desse Venom? Ele tava ali aproveitando a situação dos vilões pra comer gente (já que é a única motivação do cara)? Ou sei lá, ele ser usado pelo Duende? Ia ficar indiscutivelmente um personagem meio chato e aleatório pro filme. Mas tem como? Ter tem. Mas minha escolha não seria abordar isso aqui e agora e sim maturar pra um filme do Venom ou um próximo filme do Aranha.

Rhino, do Espetacular:

Parece um brinquedo da Revista Recreio. Um dos feios.

                É o segundo maior boato que tem do 6º membro, mas sinceramente, desnecessário. Principalmente esconder por tanto tempo, vazarem o Areia e o Lagarto, mas deixarem esse semi-personagem (porque nem um personagem ele foi) é MUITO gratuito. Além dele ser um Rhino HORRÍVEL, um visual HORRENDO, vai gastar a existência de um novo Rhino realmente legal que o universo do Tom Holland poderia adaptar.

Mysterio:

Esse visual é INCRIVEL, não tem jeito. No quesito vilão e design, o MCU AMASSA.

                A gente teoriza bastante que o Mysterio não morreu e trazer ele pra complementar o Sexteto, pois, afinal, ele que começou com tudo isso (inclusive, com a temática de Multiverso) é sensacional. Ele poderia realmente ser o personagem que ele falava, inclusive, o Mysterio de outro universo, nem precisando ser o mesmo. Além de que o Mysterio estar vivo, meio que inocenta o Peter do Tom facilmente.

Doutor Estranho:

Esse carinha tá esquisito.... E tem uma coisa que a vida ensina é: Não se confia no Benedict Cumberbatch

                Ok, dizem que ele é um outro cara, o Mephisto ou whatever, mas MANO. Eu NÃO QUERO, eu PASSO LONGE de tudo que surja desse filme que não venha do Aranhaverso, então NÃO, NÃO, descarto tudo que possa vir disso.

Abutre:

Esse outro visual aqui é ABSURDO. Sério. Mas eaí, Michael Keaton em Flash e Miranha? Será?

                Eu acho que ele teve um bom arco de redenção no filme, principalmente quando você considera a pós-crédito onde ele não demonstra magoa em si do Peter, mas se a galera toda tá indo lá, e tá todo mundo sabendo mesmo, porque ele não vai? Tem essa opção né, eu não iria por ela, mas TÁ AÍ.

Escorpião:

A partir de agora vai ter só fanart..... Discordo um pouco dessa pq parte da graça do Escorpião é ele ser o "Homem Aranha do mal" (no 616) e eu acho que a roupa deveria seguir o padrão do Peter, mas né

                Ele existe, ele tá lá, mas ao mesmo tempo não existe. Eu acho que, eventualmente, a ideia é fazer um Sexteto Sinistro fora do Multiverso, com vilões do Tom Holland (ou não, né?) e guardar ele pra esse momento talvez fizesse mais sentido.

Kraven:

Em uns momentos veio um boato de que o Kraven surgiria em Wakanda e, MEU AMIGO, essa ideia é ABSURDA, viu? Foda-se a Mother Russia, vamos focar em Kraven Wakandano.

                Não existe. Mas poderia existir, ser encaixado de alguma forma e ser O antagonista do filme. O que é complicado, já que teria que lidar com outros grandes nomes com grandes personagens e NEM DE LONGE, eu faria essa escolha.

Outros Fanservices que poderiam aparecer:

Gwen Stacy, da Emma Stone:

Quem desgosta disso aqui é MALUCO, porra

                Quem é o LOUCO que não quer isso? Para além dos 3 Aranhas, a Gwen é com certeza a maior protagonista do Aranhaverso que a Sony criou. A Emma é uma boa atriz e a Gwen uma personagem legal o bastante para estar no filme. Lembra do que eu falei do personagem do Andrew e o trauma dele com a Gwen? Ela por aqui poderia dar uma conclusão pro personagem no filme e estabelecer um sentimento até de superação para os dois lados (visto que a Gwen também seria alguém que perdeu o seu Peter)

Vilão Peter Parker:

Não é bem essa a ideia, mas representa....

                Dentre todo mundo que tá sendo cotado pra ser o 6º vilão, com certeza é essa a minha escolha. Trazer o Tom Holland pra fazer outro Peter Parker (lembra da teoria dos 3 Tom Holland?) e ainda um vilão é interessantíssimo. Abre margem, inclusive, para colocar novamente um vilão com problemas com o Stark e trazer esse personagem que entra em conflito direto com o Peter do Tom. Isso auxiliaria perfeitamente no arco do Tom de se encontrar, pois, ele estaria enfrentando a si mesmo como sendo o vilão principal do filme e isso poderia rolar facilmente sem perder nenhum brilho dos outros personagens. Sério, essa é a ÚNICA decisão boa pro sexto membro.

Vilão Ned:

Ele tá malhando né...

                É uma outra decisão boa para vilão, pra entrar em conflito com o Peter e entrar na temática do sexteto. Só que, é uma decisão mais complicada e faz um pouco menos de sentido em relação a outro Peter Parker vilão. Para mim, a ideia melhor seria fazer essa quebra na vilania por parte do Ned no final do filme e isso ser abordado posteriormente. Mas não descarto que seria uma boa ver 2 Duendes no filme. Afinal, nas HQ’s, o Ned é o Duende Macabro.

Participação Nicholas Hammond:


                Essa eu não vejo como uma grande função pro filme não, só seria super legal ter o quarteto de Aranhas no Live Action no mesmo filme.

Participação do Stan Lee:


                Tá morto? Tá, mas tirar o autor de participar da sua obra favorita é sacanagem. Tem que ter um jeito de ter esse cara. Imagem antiga? Dublê? Só uma imagem? Eu vou procurar, viu?

                Agora vamos falar sobre o que falta: o Tom Holland e o filme em si.

O Aranhanzinho? O Aranha que combate o crime? O Garoto Aranha? O Homem Aranha (Com esse pijaminha não é não), do Tom Holland


                Eu acho que o que falta nesse Peter do Tom é foco, digo, o Aranha dele claramente não sabe mais o que quer ser. Principalmente depois que ele entrou nesse mundo dos Vingadores, do Stark, ele vem de um recorte de herói que tá perdido. Ele já foi algo, antes do Guerra Civil, mas depois ele se torna alguém novo e por isso, se perdeu no que ele significa. Ao fim de De Volta ao Lar, ele toma uma decisão que no Longe de Casa, se torna diferente e isso é complexo. Por ser esse personagem perdido, ele não consegue se conectar com alguns fãs do Aranha, mas consegue se conectar a juventude atual. Mas temos, neste filme, a oportunidade perfeita pra mudar isso. O Homem Aranha do Tom tem a oportunidade de aprender com outros Homem Aranha (que são considerados pelo público, melhores que ele) como ser um Homem Aranha. Não só essa relação, mas o fato dele estar perdido e não saber quem ele é com o fato de que a identidade dele saiu a público e TODO MUNDO sabe quem ele é, menos ele, é interessante.

                E sim, eu sei que é difícil pensar que essas ideias vão passar pela mente da direção do Jon Watts ou dos roteiristas que se mantém. Por isso que parte desse texto não é nem sobre o que esperar do filme, mas o que eu FARIA no lugar dos diretores/roteiristas.

                Enfim, estabelecido a problemática do Tom Holland, já temos como começar o filme:

SEM LAR PRA VOLTAR - A HISTÓRIA:

Doutor Estranho: 

                Primeiro que eu não vejo muita função pro Doutor além do primeiro ato do filme não. Ele estando ali pra iniciar o Multiverso e depois não atrapalhar. Porque ele vai ter um filme inteiro pra lidar com essa problemática e ele vindo atrapalhar o Peter aqui é uma brincadeira, se tiver mais do Doutor Estranho no filme, eu quero ver como eles vão fazer sem ser pra ATRAPALHAR (e eu sou um dos que acham que eles acertaram a mão no Tony Stark em De Volta ao Lar, porém erraram no Longe de Casa, no quesito do Mysterio mesmo). Agora, eu vejo essa adição do Doutor como um selo de “Estamos cuidando disso” porque o Multiverso da Loucura é o primeiro Vingadores dessa nova fase e tem o Sam Raimi, então eu realmente espero que tenha um trabalho e um cuidado maior com esse filme do Aranha do que tiveram os outros.

Os Três Miranhas:

                Saindo do escopo do Doutor Estranho e de todas as premissas que vão fazer o filme funcionar (o trailer meio que já decidiu isso e eu não tenho nada a me opor), vamos continuar a partir disso. Eu acho que a primeira relação estabelecida deveria ser o Peter do Tobey servindo a um papel de mentor tanto pro Tom, quanto pro Andrew. Ele já seria o personagem mais completo, mais velho e que tá ali e serviria pra guiar os personagens ao que seria o real Homem Aranha.

                Então, a gente traria pro Andrew essa noção de perca e superação que é claramente mal trabalhada nos filmes dele, a partir da ótica da trilogia do Tobey. Mas eu volto já pro arco do Andrew.

                Mas pra mim, a real força está na relação entre Tobey e Tom. Porque, pra mim, a decisão mais acertada é trazer o ator do Tobey como o Tio Ben do Tom e então ele reconheceria a cara como o mentor, como o pai dele que ele perdeu e a relação fluiria MUITO bem. A idade bate com a da Tia May e é MUITO bonito que seja isso, dá pra filmar umas 15 cenas e usar daqui pro fim da trilogia isso aí. Não só essa relação de Tio Ben, mas o Peter do Tobey encontrar no Tom uma relação de filho, poderia estabelecer uma relação melhor com a filha ou com a ideia de ter uma filha. Não só isso, mas ajudaria com sei lá, trazer um Miles Morales pro universo do Raimi? OK, eu fui além. Mas é interessante dar essa relação pai e filho, além de puxar pra outros lados esses significados. Não apenas um mentor, mas um pai. Essa relação guiaria o arco do filme.

                Em relação ao Andrew com o Tom, eu acho que existe uma proximidade maior entre os dois, ao ponto de um reconhecer a si mesmo no outro e dá pra ter uma relação de superar as perdas um com o outro, ao mesmo tempo, usando formas parecidas? Talvez um tenha algo a ensinar pro outro nessa questão, o que acabaria ensinando também a si mesmo. Por serem bastante jovens e por terem o lançador de teia como um símbolo próximo, além das perdas, pode deixar os personagens bem próximos.

Spider-Ghost: 

                Mas falando no Andrew, eu acho que não tem outra. A relação pra resolver o problema do Andrew tem nome: Gwen Stacy. Eu traria 100% a Gwen pra fazer a Fantasmaranha e resolver o problema que eu criei pro Andrew. Ela não precisa ter uma grande participação, mas ter uma contundente o bastante pra fazer com que um resolva o problema do outro e segue o fim do filme. Pra mim, essa é a melhor ideia possível: fanservice + servindo a história.

                Okay, nossos protagonistas resolvidos de maneira cíclica (tirando o Andrew, mas ELE MERECE) entramos no quesito dos nossos vilões.

Os Vilões: 

                O sexteto sinistro tem 5 personagens que “funcionam” (a partir das nossas ideias, ok?) e tem um simbolismo de ser 1 vilão de cada filme do Aranha já lançado. O problema é que, tem apenas 5 filmes do Aranha tirando o do Tom e o Tom possui 2 filmes. Tudo bem que o Mysterio está “morto” (embora, eu o veria como uma boa opção), então sobraria o Abutre, mas eu não o vejo como a melhor opção. Pois o personagem tem que bingar 2 coisas: 1 – querer vingança contra o Peter, 2 – ser de outra dimensão, pois é o perfil dos outros 5. Aí que entra então a minha ideia: Peter do MAL. Porque se são 3 Homem Aranhas (4, com a Gwen, 5 com o Nicholas Hammond) porque não um HOMEM RANHA DO MAL? Isso resolveria TODOS os problemas e entraria 100% na temática do filme. Tem embasamento nas HQ’s e o maluco ainda poderia se chamar BEN REILY. Tem TODOS os motivos pra isso ser MUITO legal. Dá pra criar um personagem sensacional baseado em todas as críticas que fazem com o Tom e fazer dele literalmente o hater vivo, tipo, você se vê lá ajudando literalmente construir um personagem melhor pro Tom? Que sensacional.

                Cada Aranha tem seu vilão, o Tobey contra o Doc Ock ou o Duende Verde, o Andrew contra o Electro, Areia e Lagarto de minions (porque não tem jeito, mesmo o Areia sendo o MELHOR VILÃO DA HISTÓRIA DO ARANHA NOS CINEMAS) e o Tom enfrenta a si mesmo.

                Mas assim, eu reconheço que o Peter vilão (LEMBRA DA TEORIA DOS 3 TOM? LEMBRA???? LEMBRA?????? SENSACIONAL) é apenas um sonho e não vai acontecer. A gente sabe que vai ser o Venom, então vamos ver qual seria a segunda ideia.

A Segunda Ideia: 

                Se a gente quebrar a segunda regra, acho que a segunda melhor opção é: Mysterio. Por que? Porque eu vejo que é cíclico, ele começou com tudo isso, ele é a grande resposta pra PELO MENOS, o Aranha não ser um assassino. Encaixa em toda a história e ainda faz com que o Mysterio tenha feito uma última jogada antes de perder: fingir a própria morte. Isso aí caça lá a própria gangue do Mysterio que saiu impune e livra o Peter de ser um vilão claro. Mas ainda podendo ser caçado pela polícia facilmente.

                Eu digo isso porque, eu vejo esse filme PELO MENOS usando o Multiverso pra consertar todo o problema do Aranha ser rico demais e tudo mais, sem perder as “tecnologias” que ele tem, mas no mínimo perdendo a Aranha de Ferro. Sim, esse seria o último filme com essa armadura, todo mundo já tá cansado dela, eu sei. Então, trazer esse lado do Peter ser caçado principalmente usando o J.K. Simmons é bem legal.

Conclusões: 

                Agora, pra conclusão do filme para além de todos os arcos, eu traria o seguinte processo: Peter realmente conclui essa questão da identidade de que todos o esqueçam, mas TODOS o esqueçam. Sobre tudo que gira em torno de alguém saber a identidade do Peter, é apagada. Reação da Tia May, do Ned, do Happy, do titio Stark. Mantém algumas coisas no canon, como a participação nos Vingadores e boa parte dele nos seus filmes solo, mas o que gira em torno da identidade, some. Não tem namoro com MJ, não tem nada disso. Mas 100% não tem Stark. E aí a gente vê o Peter na opção de escolher voltar e falar com o Happy ou algum Vingador, mas depois dele se encontrar como Homem Aranha, ele opta por não fazer isso e que ele pode seguir nas próprias pernas, pra qual lado ele quiser, mantendo no máximo a roupa padrão dele.

                Porque, parte do rolê de ser Homem Aranha não é só o trabalho como GRANDE HERÓI (que ele é) e nem só o trabalho como amigão da vizinhança, que ele também é. Mas sim, um grande tudo. Ele tem grandes poderes pra lidar com grandes responsabilidades (inclusive, o Peter do Tobey lançar essa no cinema, é GRITO, ouviu?) e então ele tá aí pra ocupar qualquer espaço que ele puder e ele PODE. Essa pra mim é a grande conclusão pros arcos do De Volta ao Lar e Longe de Casa, pra amarrar tudo. Resolveria o Peter perdido, tomando uma conclusão e transformaria ele LITERALMENTE em um personagem novo. O retcon tá aí, num usa se num quer.

                Mas no mais são essas minhas ideias pra fazer o filme ser algo realmente muito bom. Mas eaí, o que vocês acham? Gostam, desgostam? Fica aí a critério de vocês.